O Instituto Francisca de Souza Peixoto iniciou suas atividades no dia 6 de agosto de 1999, instalando-se na prédio que abrigou a Indústria Irmãos Peixoto S/A, incorporada pela Companhia Industrial Cataguases em 1998.

 

 

Discursos de Inauguração

 

Marcelo Inácio Peixoto
Diretor de Relações Públicas e Institucionais da Companhia Industrial Cataguases
Presidente do Instituto Francisca de Souza Peixoto

 

Boa Noite!

Quero inicialmente agradecer a presença de todos. Meus parentes, meus amigos, as autoridades de governo, os nossos colaboradores e demais pessoas. Sejam todos muito bem vindos.

Bem-vindos a este lugar que no meu coração é como se fosse um jardim. O jardim é um lugar de prazeres, um lugar para se sentir bem, por isto construído com muito carinho. Mesmo porque um jardim não nasce pronto. Ele primeiro nasce de um sonho. É como uma fantasia.

Mas existe uma enorme diferença entre o jardim sonhado e o jardim real. O jardim sonhado é triste porque ele só existe dentro de mim. Existe só como uma nostalgia, uma saudade, uma ausência. Para que a gente seja feliz é preciso que a fantasia se torne realidade.

Mas para que tudo se torne realidade existe uma coisa que se chama trabalho. É preciso que o corpo seja possuído pelo sonho, e quando isso acontece ele se põe a trabalhar. Ele cava a terra, ele peneira a terra, ele canaliza a água, cata as pedras, arranca as ervas daninhas.

Desta forma poderíamos dizer que o jardim começa com o sonho. Mas ele não pode ficar só no sonho. O sonho chama o trabalho que vai transformar tudo em realidade. Neste momento somos então felizes. Poderíamos dizer que a felicidade é o resultado do casamento dessas duas potências: a capacidade de sonhar e a capacidade de trabalhar.

Graças a Deus herdei de meus pais e de minha família estas duas energias: o sonho e o trabalho. Os dois juntos nos permitem inaugurar hoje o Instituto Francisca de Souza Peixoto.

Assim como no jardim, as flores e os frutos têm um tempo para se mostrar. O que estamos semeando hoje, espero, num futuro bem próximo, estaremos a colher. Falo do Museu da Indústria Têxtil José Inácio Peixoto Filho que instalaremos, homenagem a todos, empresários e trabalhadores, que se dedicaram a este labor. Falo do Museu do Giramundo, o maior teatro de bonecos da América Latina, que aqui será instalado, para a alegria pura das crianças, jovens e velhos. Falo do Museu de Belas Artes de Cataguases Francisco Inácio Peixoto, que aqui será gerido, para o prazer de quem ama as artes. Falo das Bibliotecas que aqui terão espaço: a Biblioteca Josué Inácio Peixoto com tudo o que tiver de mais representativo das artes plásticas e de literatura, da história e da ciência.

Falo de uma Biblioteca Virtual, que estamos construindo na Internet, cujo nome e tema é “As Minas Gerais”, e será a maior fonte de informação disponível no Brasil sobre a nossa terra mineira. Falo da Sala de Multimeios Tratos Culturais, espaço onde os pintores poderão “limpar pincéis”, o ator “entrar em cena”, onde o músico poderá “traduzir ondas sonoras” e o cineasta, ao movimento de câmera, gritar: “ação”. Os escritores terão também aqui o “desafio da folha em branco”, porque estaremos editando obras de grande valia para todos.

O jardim nasceu de um sonho e foi transformado em realidade pelo trabalho. Mas todo jardim tem uma tristeza porque ele termina num muro. Não, esta não é uma iniciativa fechada em si. Este espaço é muito pequeno para um só coração. Eu não quero que seja só isso. Eu quero que o mundo inteiro seja um grande jardim. Então, o Instituto Francisca de Souza Peixoto, será um espaço aberto a todas as pessoas do mundo, porque “sou do mundo, sou Minas Gerais”.

Por outro lado, um jardim deste tamanho não é obra de um único jardineiro. De maneira alguma. É muita tarefa para um homem só. Jamais poderia estar aqui hoje, recebendo com carinho todos vocês, se não tivesse do meu lado pessoas muito especiais.

Eu conto, tenho ao meu lado, e agradeço do fundo do meu coração, o jardineiro mais experiente que conheço: meu querido Tio Josué. Ele, desde o primeiro momento, apoiou incondicionalmente este Instituto. Apoiou com carinho. Apoiou com generosidade, apoiou com sementes, efetivamente.

Mas tem mais jardineiros. Meus companheiros de diretoria da Industrial, meu irmão José Neto, meu primo Murilo e meu cunhado Sérgio, além de meu outro irmão Gabriel, parceiros de todos os momentos.

Todo jardim tem na essência o jeito feminino, as férteis mãos femininas. Estas mãos são de minha prima Júlia, presentes por todo lugar neste ambiente. Tem as mãos de minhas queridas Tias Tia Dirce, Tia Josélia, Tia Célinha, Tia Nélia, todas elas, desde já, companheiras e conselheiras deste Instituto, e a saudosa lembrança da Tia Zélia.

Dentre as conselheiras, tem uma em especial que até hoje me hospeda em seu coração com carinho, me acolhendo sempre, principalmente este sonhador que existe dentro de mim. É minha querida mãe, Dona Magdala.

Tem jardineiro que veio um pouco mais de longe: meus parceiros da Tratos Culturais, mineiros como nós, gente sem tranca na porta, aberta aos sonhos e às realizações.

Quero deixar um registro de grande amizade: a de nossa família com a de Dr. Ormeo Junqueira, parceiros de muitos momentos. Juntos sempre conseguimos mover o sol e as estrelas.

Tem um pensador que diz o seguinte: a gente pensa que ama as pessoas pelo que elas são. Na verdade a gente ama as pessoas pelos símbolos que moram nelas. A gente ama as pessoas na medida que ao olhar para elas nos vemos belos. Uma destas pessoas que amamos muito, um símbolo para nós, pelo seu carisma, jovialidade e alegria de viver é a nossa inesquecível Vó Chiquinha. O Instituto leva seu nome, uma homenagem que todos nós prestamos à sua memória, buscando também sua energia maravilhosa. Ela que era também uma jardineira notável, seja por sua capacidade de sonhar, seja por sua vontade de fazer.

Também aqui prestamos outra justa homenagem: a Tio Francisco, o genial, o poeta, o empresário e socialista, “antena da raça”: Francisco Inácio Peixoto. Tio Francisco na verdade era um verdadeiro artista, porque era cheio de esperança, cheio de humanismo. Humanismo que é a filosofia, a ideologia que move este Instituto. Por isso, ele que semeou flores e frutos, a colheita de nossos amores.

Finalmente uma última homenagem. Uma pessoa que me disse que as coisas estavam no mundo, eu só precisava aprender. Aprendi a amá-lo e sempre entendi que o seu destino era romper obstáculos, saltar fronteiras. Trata-se de meu querido pai: José Inácio Peixoto Filho. Este Instituto nasce sobre o seu signo.

O Instituto Francisca de Souza Peixoto, desde já, é compromisso com as pessoas, compromisso com a vida, porque “gente foi feita para brilhar”.

A todos vocês o meu
Muito Obrigado

 


 

José Inácio Peixoto Neto
Diretor Administrativo / Financeiro e de Relações com Investidores da Companhia Industrial Cataguases
Diretor Financeiro do IFSP

 

Boa Noite!

Agradeço a presença de todos neste recinto: autoridades, familiares, amigos, colaboradores, clientes, profissionais da imprensa, senhores representantes e parceiros da Industrial.

Hoje é uma data importante – eu diria, até histórica – para a nossa empresa, a Companhia Industrial Cataguases, que, desde o princípio, apoiou decididamente a criação do Instituto Francisca de Souza Peixoto, cuja denominação é um preito de reconhecimento e justiça àquela que, durante praticamente 33 anos (25 como Diretora-Presidente e 8 como Presidente do Conselho de Administração), mostrou-se sempre valorosa ao desenvolvimento desta sociedade e extremamente solidária e útil à nossa comunidade.

Aliás, tenho a alegria de dizer, certo de estar expressando o sentimento de todos os meus pares de Diretoria, que a filosofia e os ideais de vida da saudosa Francisca de Souza Peixoto se confundem, hoje, com os objetivos principais e permanentes do Instituto que tem o seu nome, nas atividades da cultura, educação, saúde, lazer, ação comunitária, assistência social e preservação do meio ambiente.

Da herança recebida, somos, folga-me dizê-lo, uma família de gente dedicada e acostumada ao trabalho. Ao longo do tempo, enfrentamos muitas tempestades. Sempre vencemos. Digo isto com muita tranqüilidade, porque sou, graças a Deus, uma pessoa bastante simples. Mas, digo com orgulho: não temos medo de desafios. Nestes tempos em que o empresariado brasileiro se acha submetido a uma competição acirrada no bojo da globalização, topamos a luta para sermos novamente vitoriosos. Continuamos investindo, como sempre o fizemos, em tecnologias avançadas e estamos organizando, criteriosamente, nossas estruturas de forma adulta e bem administradas.

Entendemos do nosso negócio. Porém, sabemos que o mundo se depara com a necessidade de um projeto de desenvolvimento. O mundo do emprego está em crise. Precisamos considerar um projeto alternativo em construção. Sabemos mais do que nunca da nossa responsabilidade social frente à ruptura cultural que o universo do emprego está sofrendo. Mas o mundo do trabalho não está em crise. Precisa de novas respostas frente aos novos tempos. Resposta que, infelizmente, o poder do Estado não tem conseguido resolver. Está com a sociedade a chave para uma reconstrução do mundo do trabalho.

Entendemos que a educação é uma dessas chaves. Por isto ela deve ser valorizada como área estratégica em qualquer projeto de desenvolvimento econômico e social voltado para que o Brasil seja uma nação próspera.

Entendemos que o Instituto que hoje inauguramos é uma resposta efetiva, como desafio, a estes novos tempos.

Desenvolveremos ações destinadas à melhoria da educação. Os artistas que aqui vierem trarão suas contribuições, ensinando ofícios. Exemplo disto é a extraordinária parceria que agora estabelecemos com o Grupo Giramundo, um dos cinco maiores teatros de marionetes do mundo, onde, como contrapartida a nossa acolhida, irão oferecer à comunidade de Cataguases cursos e oficinas de construção de bonecos para crianças, festival de teatro infantil dentro da área do Instituto, apresentações de rua, apresentações para adultos e cursos profissionalizantes nos mais variados formatos.

Começaremos por nossos colaboradores e seus filhos, estendendo gradativamente a todos, sem distinções.

A implementação de uma biblioteca moderna, Biblioteca Josué Inácio Peixoto, visa a oferta de bons livros a todos. Integrada à biblioteca digital dará a quem precisa a oportunidade de conhecer este novo instrumento de trabalho, estudos e pesquisas.

Planejamos, no momento, alguns cursos profissionalizantes, como:

– O de jardinagem, integrado à recuperação e manutenção das praças Manoel Inácio Peixoto e José Inácio Peixoto;
– A restauração de obras de arte, integrada ao trabalho de recuperação de parte do acervo do Museu de Belas Artes de Cataguases, que vai preparar artistas da cidade para desenvolver aqui o conhecimento desta arte;
– A produção de imagens e textos utilizando o computador será a demanda que a editoria do Centro Histórico Francisco Inácio Peixoto fará realizar.

Temos a expectativa de que, com o tempo, poderemos criar novas oportunidades de pequenos negócios em nossa cidade, de tal forma que as pessoas consigam se emancipar. Uma oficina de reciclagem de papéis para utilização do Instituto e da Industrial constituirá apenas um primeiro passo.

O Instituto Francisca de Souza Peixoto será, além da beleza de seus projetos culturais, um procedimento didático capaz de construir conhecimento e colocá-lo em ação. Comprometidos com a sociedade, inseridos que estamos no contexto desta comunidade, não descuidaremos de apoiar as organizações beneficentes voltadas para a assistência social, conforme de antiga tradição de nossa cidade.

Este é o sentido de nossos propósitos, na expectativa de que a comunidade tenha ampla participação, contribuindo, assim, para formar cidadãos responsáveis, com sensibilidade, éticos e capazes para a construção de uma sociedade justa.

Muito obrigado


 

Hênio Murilo de Barros Lemos Filho
Diretor Comercial da Companhia Industrial Cataguases
Diretor Secretário do IFSP

 

Boa Noite!

Fechando este momento de lembranças e agradecimentos foi me dada a incumbência de apresentação do nosso novo site na Internet.

Antes, porém, gostaria de relembrar, que embora exista uma aparente supremacia de uma era tecnológica, a figura central e determinante na construção da Industrial Cataguases, somos todos nós, os obreiros, os verdadeiros tecelões, que tornamos possível esta realidade: A Companhia Industrial Cataguases.

De um modo simples, bastante singelo, eu quero prestar um único e irrestrito agradecimento a todos nós, os tecelões, buscando na nossa história versos do “verde” Ascânio Lopes.

O tecelão

A mão do tecelão é leve
E breve, e traça iluminuras
De fios, como riscos
Suaves e ligeiros
Das aves
No ar.

Enquanto outros pensam
Em glórias, desejam
Palácios,
Riquesas,
O tecelão
Sonha com
Teares pujantes e
Tecidos fantásticos.

Voltando um pouco na nossa trajetória, aliás, a origem do processo de industrialização brasileira, uma das características mais marcantes do verdadeiro capitão de indústria, sempre foi o olhar fixo e permanente para suas habilidades de produtor. A paixão de produzir sempre foi seu norte e a busca por fazer bem sempre foi a sua realização. A Industrial Cataguases com seus traços conservadores e tradicionais, também não fugiu a esta trajetória.

Hoje, eu, que não me furto e sou discípulo realizado destas origens, tenho a incumbência, o orgulho e a felicidade, de apresentar o novo cenário da nossa trajetória. O olhar para o externo, para o mundo, para o global.

Uma nova marca, uma nova página na Internet, juntamente com os nossos tecidos, estão a bailar pelo mundo. Nossa visão é o global, apesar de nossos pés, mais do que nunca, plantados no chão da fábrica. A responsabilidade da manutenção dos valores construídos em décadas se tornou ainda maior.

Tecnologia e inovação permanentes sempre foram a nossa preocupação. Desde a fiação, com equipamentos de última geração, passando pela tecelagem com teares de alta velocidade, pelo acabamento, estamparia, até uma completa revolução no sistema de informatização; esta é a nossa realidade de hoje.

Ao longo dos anos, conquistamos o respeito do mercado consumidor, através de uma postura sempre firme, às vezes dura, mas sempre equilibrada.
Isto me faz lembrar, que o genial estilista Armani, que diz: nós do têxtil, devemos ter os pés no chão e a cabeça nas estrelas.

Qualidade e desenvolvimento de produtos sempre foi a nossa obsessão.
(história do avô – capitu)

Bom, gente, uma nova marca, o novo e moderno site, estão lançados para o mundo, eu sou testemunha que, estamos preparados e estruturados para o novo tempo. Espero ter cumprido a minha missão.
Eu me senti bastante didático e sistêmico na tarefa que me coube para esta noite, e definitivamente, o meu ser não me permite ser apenas racional. Não posso me omitir de falar das emoções. Pensei e repensei. Como lembrar de alguém que esteve sempre à frente de seu tempo?
Alguém que nasceu sob a luz de lampiões, atravessou as duas grandes guerras, viu o homem pisar na lua, participou do Rock in Rio, sem jamais perder a ternura. Mais uma vez busco socorro. Encontrei o inconfidente Alvarenga Peixoto, apaixonado, e com ele, em memória de Vó Chiquinha, cortado de saudades, despeço-me de vocês.

Poema de Bárbara Heliodora

Bárbara bela,
Do norte estrela,
Que o meu destino
Sabes guiar
De ti ausente,
Triste somente
As horas passo
A suspirar.

Por entre as penhas
De incultas brenhas
Cansa-me a vista
De te buscar,
Porém não vejo
Mais que o desejo,
Sem esperança
De te encontrar.

Eu bem queria
A noite e o dia
Sempre contigo
Poder passar;
Mas orgulhosa
Sorte invejosa,
D´esta fortuna
Me quer privar.

Tu entre os braços
Ternos abraços
De filha amada
Podes gozar;
Priva-me a estrela
De ti e d´ela,
Busca dous modos
De me matar!