Roteiro do Sagrado

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Autor: Adalgisa Arantes Campos

Resumo:Ouro Preto, por sua importância cultural, tem propiciado o surgimento de vasta bibliografia, principalmente nas últimas décadas, voltada para a investigação nos campos da história e da arte. Monografias, ensaios, documentação diversa para divulgação pela mídia são, cada vez mais, produzidos. No gênero dos textos para promoção turística, dos Guias, melhor dizendo, existem poucos com rigor e a precisão que se espera de publicação dessa natureza. Assim é que permanece atual o já clássico e precioso Guia de Ouro Preto, de Manuel Bandeira, de agradabilíssima leitura, há muito tempo editado. Agora vem a lume o Roteiro Sagrado: monumentos religiosos de Ouro Preto, de Adalgisa Arantes Campos. Como indica o título com muita propriedade, destina-se a ajudar o visitante, o estudioso, o peregrino a melhor conhecer, ao caminhar pela cidade, os seus diversos templos católicos, agrupados nas tradicionais paróquias de Nossa Senhora do Pilar e de Nossa Senhora da Conceição de Antônio Dias. Em análise competente, a autora descreve, quase nos faz ver, em sua riqueza de detalhes, a decoração escultórica e pictórica dessas edificações notadamente de seus diversos retábulos. Ao fazê-lo, traz à luz informações novas sobre variações estilísticas e autorias das obras, recolhidas nas pesquisas que realiza, com acuidade, nos arquivos paroquiais ouro-pretanos. Foi um privilégio ter Adalgisa como aluna e monitora no Curso de História da Universidade Federal de Minas Gerais, e como estagiária na Fundação João Pinheiro, da Administração Pública Estadual, à época em que ali eram realizados estudos na área do patrimônio cultural. Posteriormente, no Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (IPHAN), representação regional em minas Gerais, desenvolvemos atividades comuns de pesquisa histórica para instrução de processos de tombamento. Naturalmente vocacionada para a pesquisa histórica e artística, a autora orientou sua formação, da graduação ao doutorado na Universidade de São Paulo, aos estudos sobre a arte mineira dos séculos XVIII e XIX, tema que hoje domina com maestria. Por isso mesmo, foi estabelecer-se, de corpo e alma, na Ouro Preto que tanto ama e cuja história procura, diligentemente, cada vez mais desvendar.

Luiz Gonzaga Teixeira
Belo Horizonte quaresma de 2000.