Instituto expõe produtos na Via Social | |
Os produtos dos projetos sociais do Instituto Francisca de Souza Peixoto estão à venda na Via Social, loja que reúne a produção de 53 instituições sem fins lucrativos no Rio de Janeiro. A inauguração aconteceu no dia 9 de agosto. Nas prateleiras, roupas e acessórios produzidos em cooperativas comunitárias dividem espaço com objetos de decoração reciclados. “Logo me apaixonei pelo que é produzido no Instituto e quis trazer para loja”, diz a supervisora da Via Social, Daniela Verçosa, que conheceu os produtos do Instituto na Feira Hype, que acontece quinzenalmente no Rio.
“Quando o cliente compra uma peça, valoriza o talento e o trabalho de uma pessoa que de outra forma não seria valorizada”, explica a proprietária da Via Social, Janice Rimmer. Ela coordenou o Projeto Comércio Solidário, da Viva Rio, organização que atua em cerca de 350 favelas e comunidades de baixa renda da Região Metropolitana do Rio de Janeiro, em parceria com entidades locais. A iniciativa foi o primeiro passo para começar um trabalho próprio. A coordenadora da Área de Desenvolvimento Comunitário da Viva Rio, Marta Viveiros de Castro, explica que o Comércio Solidário é um parceria da Viva Rio com a Interamerican Foundation, órgão independente do governo dos Estados Unidos que oferece doações a organizações não-governamentais e de base comunitária da América Latina e do Caribe. “O papel da nossa organização tem sido abrir caminho para a realização de projetos, através da tecnologia social e da credibilidade acumuladas pela instituição”, diz. A artesã Anaílda Souza Andrade faz parte da organização comunitária Luminosidade das Ialoris, que trabalha com a valorização da cultura afro-brasileira. Para a loja, os artesãos da comunidade produziram acessórios com motivos afro-brasileiros. “Conhecemos as responsáveis pela loja através do Comércio Solidário, na Viva Rio. Participar da Via Social é uma boa oportunidade de mostrar nosso trabalho”, explica. Janice diz que começou a trabalhar com projetos sociais depois de morar uma temporada na Europa. “Quando voltei, consegui enxergar o grande abismo social que existe em nossa sociedade. Aqui o pobre não tem acesso a nada, muitas vezes nem aos gêneros alimentícios básicos”. E completa. “O meu projeto é muito maior que a loja. Quero montar uma instituição que tenha como objetivo criar cooperativas de trabalho para gerar renda e garantir a execução de projetos que afastem as nossas crianças do tráfico de drogas, o que é um grande desafio”. |